20041109

É um buraco que em mim desperta
Como de cima para baixo
Algo da força da natureza mãe
Por só entre um ponto espreita
E não mais sabe se há-de entrar
Porque só entre um punhal afirma
Sua sorte é senão um dente firme
E prestes a revelar seu poder extremo
De uma conspiração que se vê entre um olhar
Mas será mais do que o sorriso a condição
Esta agora de se olhar e se ver aos quadrados
Pois só esta vontade de poder fixar um olhar e uma condição
Sobe mais do que o cume
E rejeita o ser
Por o exílio ser mais forte em sua pena
Por o contágio ser o marco de honra
Eis-me aqui prostrada
Escondendo o infeliz estado
Véu de má sorte e arrogância
sonho esvaziado e empático
Por mais que tudo
Sonho sonhar que sonho
Para que o sonho me extasie
E o sonhar me devolva o sonho
Que tanto sonho poder voltar a sonhar
No fundo, e porque a prece é algo
Que se esgota no coração dos sentidos
Eis-me esvaziando meu ser para que o renovem
E me devolvam o ar ardente que percorria meu sopro
Ressurreição – eis que me espera
E me agarra de garras abertas e conteúdo seco
Por entre mais palavras eu dito meu nome
E clamo alto p’lo horizonte
De chamas abertas
Que me seja restaurado o que em mim nasceu
E em mim morrerá
Pois só entre o mesmo veículo
Se prossegue o fado
E assim a constância
E assim a magnitude do momento perdura
São as forças que o ditam
E o testemunho desse algo que a sapiência criou
Percorro montanhas

Nos confins do universo e das coisas
Por entre todas as coisas