20071007

A ponta aquecida, do teu dedo,
Acariciou a minha testa ensanguentada
Tal qual quando se pisa
Uma alma desdentada
E o corpo todo aço
Lambeu a ponta de uma falso cigarro
Do meu e o teu ilógico cansaço
E gritaste – sim, gritaste…
Como uma fera enjaulada
Ciosa de não ter aquilo que tem
E desejosa de amar
O que não é de nada.

A manhã vinha achar-te
Em calma inconsciência
Como uma vazia voz verde selada
Que te sussurra no peito
Em desmedida ciência:
«Se o amas, porque não és amada?!!!»

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